Ordem: PROBOSCIDEA
Família: Elephantidae
Distribuição e Habitat : Encontram-se em quase toda a África Subsariana, mas principalmente em áreas protegidas. Vivem em savanas e estepes semidesérticas.
Identificação:O elefante-africano-de-savana é o maior animal terrestre. Incluindo tromba, mede cerca de 6 a 7,5 metros de comprimento. Só a tromba pode medir cerca de 150 cm. Já de altura mede cerca de 2,2 a 3,7 metros ao garrote e pode atingir os 7500 kg. O dorso é côncavo, com forma de sela. A fronte é convexa. As orelhas são muito grandes, com o bordo posterior arredondado e podem cobrir a parte superior das espáduas. Os elefantes abanam-nas para facilitar o arrefecimento corporal ou quando são importunados. O lábio superior e o nariz formam a tromba, muito enrugada, que apresenta dois apêndices digitiformes na extremidade. Esta é usada para cheirar, manusear objectos, recolher alimentos e água e ainda para defesa, ataque ou demonstrações de afecto. As presas não são mais do que os dentes incisivos superiores e crescem durante toda a vida. Estão desenvolvidas em ambos os sexos, embora sejam menores nas fêmeas. São usadas para combater, para escavar raízes e para arrancar a casca das árvores. Os elefantes não têm caninos, têm dois incisivos superiores (as presas) e quatro molares funcionais de cada vez, que vão sendo substituídos periodicamente ao longo da vida do animal, em seis fases sucessivas: a primeira aos dois anos; a segunda aos seis anos; a terceira aos nove; a quarta e primeira dentição de adulto entre os 20 e 25 anos; finalmente, surgem os quinto e sexto pares de molares. Os elefantes velhos não desenvolvem novos molares, pelo que, à medida que estes se desgastam, vai-lhes sendo cada vez mais difícil alimentarem-se, levando-os a um enfraquecimento gradual e à morte. Os sentidos da audição e do olfacto estão bem desenvolvidos. A pele grossa, com pêlos escassos, é muito sensível e, por isso, é molhada constantemente e esfregada com terra. As patas anteriores têm quatro unhas e as posteriores três. Estudos científicos recentes (baseados em dados de biologia molecular) sugeriram que os elefantes-africanos-de-savana e os elefantes-africanos-da-floresta, anteriormente incluídos numa única espécie com a designação científica de Loxodonta africana afinal devem ser considerados espécies diferentes. Assim, os investigadores propuseram que se mantivesse a designação Loxodonta africana para os elefantes-africanos-de-savana e se utilizasse a designação Loxodonta cyclotis para os elefantes-africanos-da-floresta (esta última já era, aliás, anteriormente utilizada por alguns cientistas para designar os elefantes-africanos-de-floresta como uma subespécie, isto é, Loxodonta africana cyclotis, por oposição a Loxodonta africana africana referida para os elefantes-de-savana). O elefante-africano-da-floresta é mais pequeno, tem presas mais compridas e estreitas e orelhas mais arredondadas.
Hábitos:Procuram alimento de manhã, ao final do dia e durante a noite. Repousam no meio da vegetação durante as horas mais quentes do dia. Deslocam-se grandes distâncias para procurar alimento e água. Podem causar danos consideráveis na vegetação dos locais por onde vão passando, pois são caprichosos, derrubando as árvores só para comer os raminhos mais novos. São animais gregários, que vivem normalmente em grupos familiares de fêmeas e crias (grupos “matriarcais”) geralmente com 10 a 30 indivíduos, que apresentam ligações muito fortes entre si e um comportamento cooperativo, especialmente no que se refere às crias. O grupo é conduzido pela fêmea mais velha, a matriarca, que detém os conhecimentos sociais do grupo e das características do meio. Esta tem uma influência decisiva sobre o comportamento dos restantes elementos do grupo: se ela atacar um ofensor, os outros elementos do grupo aguardam o desenlace; se esta fugir, todos fogem. Os machos, por outro lado, têm tendência para viver sozinhos ou em pequenos grupos temporários. Neste caso, se forem atacados e tiverem de fugir, fazem-no cada um por si. Podem formar-se grupos até 200 animais que, na época das chuvas podem mesmo atingir os 1000 indivíduos.
Dieta:Alimentam-se de folhas, rebentos, frutos e casca de árvores, bem como de raízes e da folhagem de arbustos. Bebem, diariamente, cerca de 200 litros de água e ingerem perto de 150 a 300 kg de matéria vegetal.
Reprodução:
Os machos juntam-se às fêmeas quando alguma destas está no cio. As fêmeas têm o cio apenas durante alguns dias, na segunda metade da estação das chuvas e nos primeiros meses da estação seca. Fazem chamamentos subsónicos que se podem propagar até cerca de 10 km, pelo que os machos podem percorrer longas distâncias por dia para encontrar fêmeas reprodutoras. Ao localizá-las os machos ainda terão de competir, vencendo, geralmente, o maior e mais forte. A gestação dura 22 meses, nascendo uma cria, por vezes duas. O parto pode ser assistido por outras fêmeas. As crias são amamentadas no máximo até aos dois anos de idade. Atingem a maturidade sexual entre os oito e 12 anos de idade.
Estatuto de conservação e principais ameaças:É uma espécie em perigo (segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza). Pertence ao Ap. I da CITES. Está muito ameaçada pela destruição do habitat (aumento de terras cultiváveis) e pela caça para obtenção do marfim e da carne, que, em alguns locais da floresta equatorial do Congo, chega a valer mais do que o marfim. Actualmente, a sua conservação só é possível em parques naturais, em função da quantidade de alimento disponível e de uma gestão rigorosa.
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