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4 de julho de 2012

Dragão-de-komodo




Ordem: SQUAMATA 

Família: Varanidae 

Distribuição e Habitat : É uma espécie endémica da Indonésia, que se encontra nas ilhas indonésias de Komodo, Rintja, Padar e Flores (Pequenas Sunda). Os dragões-de-komodo vivem preferencialmente em savanas e matagais, embora possam também ser encontrados em mangais, zonas costeiras e recifes. 



Identificação:O dragão-de-komodo é o maior sáurio vivo, pois os adultos podem medir 3 metros de comprimento e pesar 100 a 250 kg (sendo o maior peso registado em indivíduos nas melhores condições físicas). Os machos são maiores do que as fêmeas. Estes répteis têm corpo robusto, patas curtas e possantes com fortes garras e cauda comprida. Nos adultos, a pele é castanho-acinzentada. As maxilas são fortes; os dentes têm cerca de 2 cm de comprimento, são pontiagudos, serrilhados e virados para trás. À semelhança das serpentes, os dragões-de-komodo têm a língua bifurcada, que serve, conjuntamente com o órgão de Jacobson, para a obtenção de informações olfactivas sobre o meio envolvente. 

Hábitos:Estes predadores poderosos caçam por emboscada; esperam a presa junto dos trilhos e atacam de surpresa, procurando segurá-la pelo pescoço, partindo-o, ou desferindo grandes dentadas nas patas ou outras partes do seu corpo. As presas de maiores dimensões que conseguem escapar, provavelmente, morrerão em poucos dias devido às hemorragias resultantes e à infecção das respectivas feridas, uma vez que os dragões-de-komodo possuem várias espécies de bactérias na saliva (este “caldo bacteriano” pode conter bactérias como Staphylococcus sp., Providencia sp., Proteus sp. e Pseudomonas sp.), que são responsáveis pela infecção das feridas provocadas pelos seus ataques, enfraquecendo ou mesmo matando a presa que tenha conseguido escapar, no caso de esta não morrer da forte hemorragia. A presa morta poderá, então, ser consumida pelo próprio indivíduo ou por outros da mesma espécie (os dragões-de-komodo são capazes de detectar o cheiro de um cadáver a 11 km de distância). São animais diurnos e solitários, que só se encontram para acasalar ou, ocasionalmente, em torno de um cadáver. Os juvenis são essencialmente arbóreos, tornando-se progressivamente mais terrestres à medida que crescem. Os adultos escavam buracos no solo, que são usados como locais de repouso durante a noite; os juvenis, por sua vez, refugiam-se em cavidades de árvores. Apesar do seu grande tamanho, estes varanos movimentam-se com rapidez quer em terra quer na água; já foram, inclusive observados a repousar ou a procurar alimento no fundo de recifes de coral, sendo capazes de mergulhar a 4 metros de profundidade e de nadar distâncias consideráveis sob a superfície. Em geral, os animais maiores definem territórios e os restantes têm tendências nómadas. 

Dieta:Os dragões-de-komodo são predadores e necrófagos. Os juvenis alimentam-se de insectos, pequenos lagartos, aves, pequenos mamíferos e cadáveres. Os adultos alimentam-se de porcos selvagens, cabras, veados, crias de búfalos, cavalos, macacos, serpentes, aves e cadáveres; podem praticar canibalismo, comendo os juvenis e os ovos da sua espécie. A necrofagia (ingestão de cadáveres) é uma importante fonte de alimento para esta espécie; todas as partes do cadáver são consumidas, incluindo os ossos, à excepção de pedaços de pêlo solto e dos conteúdos do estômago ou do intestino, que o dragão-de-komodo não consegue digerir porque contêm matéria vegetal. Pensa-se que seja esta a razão pela qual os juvenis têm o hábito de se esfregarem no pêlo e no conteúdo das vísceras do cadáveres, tentando deste modo reduzir a probabilidade de que os dragões-de-komodo adultos os vejam como possíveis presas. Os dragões-de-komodo são animais muito vorazes: um único indivíduo adulto pode consumir um javali de 30 kg em apenas 17 minutos. 

Reprodução:
É uma espécie ovípara. Os acasalamentos dão-se com mais frequência de Junho a Agosto. No ritual de acasalamento, o macho analisa a receptividade sexual da fêmea, analisando o odor e exercendo pressão com o focinho sobre determinadas partes do corpo desta: as zonas laterais do focinho, as zonas temporais e as zonas de inserção das patas; geralmente, o macho começa por analisar as zonas de inserção das patas com a língua e por passar em torno e por cima da parte posterior do corpo da fêmea; de seguida, coloca-se lateralmente a esta e coça-lhe as costas; finalmente, explora as zonas laterais do focinho e as zonas temporais da fêmea, ao que se poderá seguir a cópula. As posturas dão-se em Agosto e Setembro. A fêmea deposita 15 a 40 ovos num buraco que escava no solo; a postura total pode ser repartida em vários dias sucessivos. A incubação dura oito a nove meses, aproximadamente; as crias nascem em Abril ou Maio, isto é, no final da curta estação húmida, altura em que há maior abundância de insectos. A maturidade sexual é atingida quando o indivíduo atinge cerca de 70 cm de comprimento (excluindo a cauda), ou seja, por volta dos cinco a sete anos de idade. A longevidade desta espécie é, provavelmente, de 50 anos. 


Estatuto de conservação e principais ameaças:É uma espécie vulnerável (segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza). Pertence ao Apêndice I da CITES. Encontra-se ameaçada pela caça, por envenenamentos feitos pelas populações locais (com o intuito de protegerem as crianças e o gado), pela diminuição das presas de que se alimentam (resultante de acção humana) e pela predação realizada por cães domésticos. As Pequenas Sunda, onde se encontra o Parque Nacional de Komodo, foram classificadas como zonas de reserva pelo governo Indonésio, tanto para o dragão-de-komodo como para as suas presas. O grande interesse público suscitado por este réptil começa a ser muito importante para a economia turística das ilhas onde habita, pelo que as populações locais estão cada vez mais empenhadas na sua conservação. A população total em estado selvagem está, actualmente, estimada em 3000 a 5000 indivíduos. 

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